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Sereia Carmesim ( Prelúdio )

Uma noite chuvosa na Floresta do Crepúsculo, tal como de costume. Os corvos não mais grasnam á esta hora, se escondendo por entre os galhos das grandíssimas árvores sombrias deste local morto. As pancadas chuvosas penduram por várias horas. Ao longo da estrada sul da Vila Sombria, o clima parece estar mais morto do que o restante da floresta. Nenhuma alma vaga por esta estrada, nem aventureiros ou guardas da vila. Exceto por uma única figura melancólica.

A figura possui um corpo esbelto, curvas maravilhosas, um longo cabelo branco feito a neve... muito longo. Seu cabelo arrasta no chão como uma capa, seu rosto é de melancolia, seus lábios indiferentes com suas feições misteriosas. Ela está usando um longo sobretudo vermelho, que arrasta na terra molhada, suas bordas estão sujas de lama. Suas botas pesadas fazem muito barulho ao pisarem, são longas botas de couro com ferros e lâminas adornando-as. Ela está em um andar incessante, rumando até o cabo do espinhaço.

Esta figura sombria em meio a floresta morta parece não se importar com o mundo ao redor, apenas olhando para frente. Porém algo chama sua atenção. Ela subitamente para de caminhar, fitando o chão por alguns momentos. Ela parece estar pensando na vida ou no que virá á fazer, suas feições tristes não mudam em momento algum. Ela continua segurando a abertura do sobretudo em seu peito com a mão direita. Sua longa veste é semelhante ás botas: Vermelhas como o sangue, com longas correntes e lâminas de adorno. Ela finalmente levanta seu olhar, muito lentamente. Ela fita a estrada á sua frente por mais alguns momentos, ela escuta um choro incessante, um choro de tristeza profunda, soluços profundos e barulhos de pedra sendo batida. Ela lentamente vira seus olhos vermelhos para a esquerda, para a entrada do Cemitério Jardins da Paz.

Uma criança, de aproximadamente 8 anos de idade está ajoelhada em frente á uma das lápides. Ela chora incansavelmente enquanto abraça o túmulo de pedra. A garota veste roupas rasgadas, sujas e mal tradas pela chuva forte. Ela permanece ali chorando por vários minutos enquanto não percebe a figura sombria lhe encarando. Esta figura continua fitando a garota com um olhar penetrante e profundo, sua pele pálida em meio a escuridão da noite é realçada pelo brilho da lua. Ela lentamente se aproxima em passos lentos e braços jogados aos ventos. Seus passos são pesados e firmes, ela anda na direção da garota como um carrasco em direção á um condenado, seu olhar indiferente permanece vazio, se aproximando cada vez mais.

A elfa para atrás da criança, com um olhar vazio sob sua pequenina cabeça. A garota sente um ar de morte atrás de si, ainda mais do que vêm dos túmulos. Ela se vira de súbito, cai no chão, de costas para o túmulo. Ela fita os olhos completamente vermelhos da elfa com um terror nos seus próprios, ela está completamente aterrorizada. Nefasta, a elfa, mantém seu olhar assassino e imponente sobre a garota. Ela se ajoelha, tentando fitar a criança diretamente nos olhos. A pobre alma está ainda aterrorizada, não conseguindo tirar os olhos da elfa. Ela não parece conseguir fugir, está aterrorizada.

Após longos momentos sombrios e vazios, a elfa levanta sua mão direita, em direção ao rosto da garota. Ela aproxima os dedos médio e indicador da testa da criança, em seguida ela dá um leve toque na mesma. Nefasta permanece com os dedos na testa da garota, fitando-a profundamente nos olhos, com os seus próprios cerrados.

Ela resolve então abrir seus lábios vermelhos e assassinos, soltando uma voz profunda e sussurrante, que mais parece uma sentença de morte: "....Por quê chora... criança...?" -diz Nefasta, ainda tocando a testa da garota com seus dedos. A garota parece estar se acalmando, ela se senta normalmente, de costas para o túmulo, fitando Nefasta nos olhos com um olhar inocente. "Minha mãe... e meu papai... morreram... eu estou sozinha no mundo...." -responde a criança, com lágrimas em seus olhos. Nefasta assente em entendimento e empatia, ela abaixa o olhar e fita as mãos e pés da garota, estão muito sujos de lama. "Você está aqui fora muito tempo, garota?" -complementa Nefasta, voltando á olhar o rosto da criança. A garota não responde com palavras, apenas assente algumas vezes com a cabeça. A menina então junta as pernas e abraça os joelhos, fitando o chão, melancólica.

Nefasta fica ponderativa, acompanhando o olhar da garota. Após alguns momentos, a elfa volta á fitar a garota e, delicadamente com suas unhas pontudas, ela toca o coração da garota, sorrindo para ela. Ela fita a garota com uma profundidade e amor nos olhos, sua voz que agora ecoa não é mais amedrontadora, e acolhedora e serena: "Pequena criança... Você nunca está sozinha no mundo. Eu também já perdi pessoas amadas... muitas. Mas isto é algo que você têm que passar na sua vida... para se tornar forte. Nem todos têm uma vida boa, algumas pessoas... como nós duas... têm que sofrer... para sermos fortes no futuro... Não somos pessoas amaldiçoadas... somos pessoas especiais... testadas para sermos destaque na vida... poderosas... e amorosas. Seus pais sempre estarão com você, pequenina... te amando de onde quer que estejam... rezando por você. -Nefasta se aproxima da garota e sussurra em seu pequeno ouvido- ...Não os desaponte... deixe-os orgulhosos, criança." -dito isso, Nefasta se afasta da garota e, ainda sorrindo, ela retira o seu sobretudo e a coloca sobre os ombros da pequena criança, tentando aquecê-la e protegê-la da chuva forte.

Após estes momentos, a garota investe em Nefasta, abraçando-a carinhosamente. A elfa faz o mesmo, sussurrando em seu ouvido :"Nunca deixe que ninguém lhe diga o que fazer... e oque não pode fazer, garota... você é mais que isso. Eu também estarei rezando por você." Dito isso, Nefasta se levanta, faz um cafuné na garota, e volta á seguir seu caminho em direção ao Sul.

Depois de alguns momentos de caminhada, Nefasta é abordada por uma figura sombria e misteriosa. Um homem humano, alto, de braços cruzados e uma expressão furiosa. Era Evil. "O que diabos foi isso, Nefasta!?" -grita Evil, querendo respostas de Nefasta-.

A elfa apenas assente e diz com sua voz profunda e fria : "O quê eu faço ou deixo de fazer é problema meu, Darko, não me incomode com suas preocupações tolas. O quê você quer?". Evil, furioso, adverte mais uma vez : "Tsc! E quanto á MERDA da Investida no nosso encalço!? Eu queria uma aliada, e não uma elfa que ajuda criancinhas no meio da estrada! Quais seus planos, San'Layn!?" .Nefasta para de andar e, lentamente, fita o céu chuvoso. Seus longos cabelos brancos escorrem por seu rosto enquanto ela, com os olhos arregalados, encara o céu.

Após alguns momentos tristes, ela finalmente resolve responder seu inconveniente aliado : "...Atacar o flanco da Investida Plácida...". Nada mais é dito aquela noite, trovoadas começam á ecoar e os corvos ficam histéricos... A hora da Rainha Bathory se aproxima...

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